NOTA DE REPÚDIO SOBRE ATITUDE DE BOLSISTAS DO DCE - FURG
Aos 25 dias do mês de Junho de 2015, duas crianças da comunidade do entorno do Campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande, relataram para estudantes da FURG que foram impedidas de entrar no prédio do Movimento Estudantil por dois bolsistas sob alegação de terem furtado uma bicicleta. Sem qualquer prova ou diálogo, essas crianças, com idade entre 11 e 13 anos, tiveram suas identidades e dignidades violadas e ...em alto e bom tom foram injuriadas e caluniadas. Conforme os relatos de discentes, os bolsistas, ao serem questionados por tal postura, responderam que as crianças eram marginais e traficantes e que caso alguém sentisse pena delas, que as levassem para casa. Essa atitude dos bolsistas do Diretório Central dos Estudantes - DCE FURG (Gestão Reação - Por Um Novo DCE) - não está solta e nem se trata de um fato isolado: historicamente, a camada popular é encarcerada sem, ao menos, o benefício da dúvida. Tanto isso é verdade que se estima que 40% da população carcerária está presa sem condenação. Se analisarmos o contexto social e geográfico das comunidades do entorno do Campus Carreiros, perceberemos que, em mais de 45 anos, a FURG, enquanto instituição, pouco contribuiu no desenvolvimento das comunidades. Atitudes como a de cercear o acesso ou bloquear o ingresso - como inferimos, promovidas pelos bolsistas do DCE - corroboram ainda mais para a exclusão e abismo social que existem entre FURG e a comunidade que a cerca. Embora não existam muros físicos, a Universidade conta com muros sociais e psicológicos, que a todo momento gritam que aquele não é o lugar da camada popular da cidade.
É importante ressaltar que o prédio do Movimento Estudantil é um espaço público, mantido por instituição federal, logo destina-se às pessoas que fazem parte da comunidade acadêmica e, por ser público, abraça também a comunidade do entorno; assim, acessar o prédio não deveria ser proibido a essas crianças e a comunidade em geral, nem tampouco estar subordinado à vontade das pessoas que compõem a gestão do DCE ou a bolsistas.
Ao mesmo tempo em que defendemos a utilização do espaço público por aquelas/es que o mantêm, também nos parece urgente a relevância de, com parcerias horizontalmente construídas nas comunidades, a FURG busque para além de garantir o que se "tem", ampliar dentro e criar fora – através de projetos de extensão - espaços com acesso a computadores e internet, atendendo à demanda existente e garantindo esse direito cada vez mais fundamental para o exercício da cidadania.
Repudiamos veementemente a atitude dos bolsistas do DCE e buscaremos, além do processo administrativo, todas as formas possíveis de reparação e justiça. À gestão do Diretório Central dos Estudantes, à pró-reitoria de Assuntos Estudantis, à pró-reitoria de Extensão e Cultura e ao gabinete da Reitora cobramos posicionamento e ação perante a esse absurdo ocorrido na FURG.
É importante ressaltar que o prédio do Movimento Estudantil é um espaço público, mantido por instituição federal, logo destina-se às pessoas que fazem parte da comunidade acadêmica e, por ser público, abraça também a comunidade do entorno; assim, acessar o prédio não deveria ser proibido a essas crianças e a comunidade em geral, nem tampouco estar subordinado à vontade das pessoas que compõem a gestão do DCE ou a bolsistas.
Ao mesmo tempo em que defendemos a utilização do espaço público por aquelas/es que o mantêm, também nos parece urgente a relevância de, com parcerias horizontalmente construídas nas comunidades, a FURG busque para além de garantir o que se "tem", ampliar dentro e criar fora – através de projetos de extensão - espaços com acesso a computadores e internet, atendendo à demanda existente e garantindo esse direito cada vez mais fundamental para o exercício da cidadania.
Repudiamos veementemente a atitude dos bolsistas do DCE e buscaremos, além do processo administrativo, todas as formas possíveis de reparação e justiça. À gestão do Diretório Central dos Estudantes, à pró-reitoria de Assuntos Estudantis, à pró-reitoria de Extensão e Cultura e ao gabinete da Reitora cobramos posicionamento e ação perante a esse absurdo ocorrido na FURG.