quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O Coletivo Macanudos promoveu nesta terça feira, 13, a primeira edição do Café Preto. A atividade contou com o apoio da Pró Reitoria de Assuntos Estudantis e professora Cassiane Paixão (ICHI). Gostaríamos de agradecer a presença de velhos parceiros de caminhada e também a aproximação de novos companheiros de luta. O evento teve como principal objetivo a valorização/celebração das identidades de cada um de nós enquanto mulheres, homens, homossexuais, heterossexuais, negros, indígenas ou brancos, sobretudo no que tange à nossa aproximação com a luta pelos direitos humanos das chamadas minorias.
Reconhecemos as parcerias que tivemos e que atuaram em conjunto com nossos esforços para que tudo ocorresse da melhor forma. Entretanto, cabe colocar aqui, nem tudo são flores. Infelizmente enfrentamos obstáculos na utilização do espaço dito ecumênico da Universidade. Nos foi dito que este espaço não era destinado à religiosidades de Matriz Africana, que toques de tambor deveriam ser feitos em terreiras. Seguindo este raciocínio também as missas não pertencem somente ao espaço litúrgico das Igrejas? Também as práticas de meditação budistas não estão atreladas somente aos Templos? Além disso, tal postura ignora o Estatuto da Igualdade Racial, documento construído com muita luta e sangue de outras/os guerreiros do Movimento Negro. No documento está exposto:
“Artigo 24 - O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
I – a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;”


Sendo assim, o Coletivo repudia esse tipo de atitude que tem sim um cunho racista, não nos deixemos enganar. Não permitiremos que nos abalem pois temos consciência que “a arma mais poderosa que temos ainda é a nossa arte”. Faremos reverberar nossos cantos, e ocuparemos cada vez mais os espaços universitários com nossas caras e corpos negros. 

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